A INSPEÇÃO NR 13 E ELABORAÇÃO DO LAUDO TÉCNICO

A NORMA

A NR-13, ou Norma Regulamentadora 13, estabelecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego do Brasil, trata da segurança na operação de caldeiras, vasos de pressão e tubulações. O objetivo principal da NR-13 é assegurar a proteção dos trabalhadores que lidam com esses equipamentos e prevenir acidentes relacionados a pressões e temperaturas elevadas.

A norma define os requisitos necessários para a operação segura desses equipamentos, incluindo a necessidade de manutenção e inspeção periódica. Também exige que os trabalhadores envolvidos na operação e manutenção desses equipamentos sejam devidamente treinados e capacitados. Além disso, a NR-13 especifica a realização de inspeções regulares e manutenção para garantir que os equipamentos estejam em boas condições de operação. A norma estabelece a obrigatoriedade de manter registros e documentos relacionados à operação, manutenção e inspeções dos equipamentos. Por fim, define os requisitos para sinalização adequada e dispositivos de proteção para assegurar a segurança dos trabalhadores.

Cumprir com a NR-13 é essencial para prevenir acidentes e garantir um ambiente de trabalho seguro em indústrias e outras instalações que utilizam caldeiras, vasos de pressão e tubulações.

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COMO VERIFICAR PREVIAMENTE AS CONDIÇÕES DO VASO

Antes de realizar a entrada em um vaso de pressão, é crucial verificar as condições da atmosfera interna para garantir a segurança dos trabalhadores e prevenir acidentes. O processo começa com a obtenção das permissões necessárias e a preparação dos equipamentos apropriados, como detectores de gases e dispositivos para medir oxigênio.

Primeiramente, é essencial ventilar o vaso adequadamente para garantir uma boa circulação de ar e a remoção de possíveis gases perigosos. O uso de ventiladores e outros equipamentos ajuda a dispersar quaisquer gases tóxicos ou inflamáveis presentes. É importante verificar a eficiência da ventilação para assegurar que ela seja suficiente.

Em seguida, deve-se utilizar detectores de gases para monitorar a atmosfera interna. Equipamentos de medição devem ser calibrados e funcionando corretamente antes da utilização. As medições devem incluir a concentração de oxigênio, gases inflamáveis e gases tóxicos. O nível de oxigênio deve estar entre 19,5% e 23,5%, e a presença de gases inflamáveis e tóxicos deve ser verificada para garantir que não haja concentrações perigosas.

As medições devem ser feitas em diferentes pontos dentro do vaso, pois a concentração de gases pode variar em diferentes áreas. Todos os resultados devem ser registrados e comparados com os limites de segurança estabelecidos pela NR-13 e outras regulamentações aplicáveis. Se os níveis de gases estiverem fora dos limites seguros, devem ser tomadas medidas adicionais, como o uso de respiradores ou ajustes na ventilação, para melhorar a segurança.

Caso os resultados indiquem condições perigosas, é necessário ajustar a ventilação ou adiar a entrada até que as condições sejam corrigidas e o ambiente esteja seguro. Além disso, é fundamental ter um plano de emergência em vigor e assegurar que todos os envolvidos estejam cientes dos procedimentos a seguir em caso de uma situação emergencial.

Seguindo essas etapas, é possível garantir que a atmosfera interna do vaso de pressão esteja segura para a entrada, permitindo que as atividades sejam realizadas com o mínimo de risco e em conformidade com a NR-13.

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QUAIS TREINAMENTOS DEVEM SER REALIZADOS ANTES DO PROCEDIMENTO?

Antes de realizar uma inspeção de acordo com a NR-13 em um vaso de pressão GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), é essencial que os profissionais envolvidos passem por treinamentos específicos para garantir a segurança e a conformidade com as normas regulamentares. Os principais treinamentos necessários incluem:

  1. Treinamento em NR-33: Dado que o interior de um vaso de pressão pode ser considerado um espaço confinado, é necessário que os profissionais sejam treinados para trabalhar com segurança em ambientes fechados. Este treinamento inclui técnicas de entrada e saída seguras, identificação e controle de riscos, e uso adequado de equipamentos de proteção.
  2. Treinamento em NR-20: trata da segurança e saúde no trabalho com inflamáveis e combustíveis, é crucial para garantir que os trabalhadores que lidam com essas substâncias perigosas sejam capacitados para operar com segurança e minimizar riscos. A NR-20 estabelece requisitos para o armazenamento, manuseio e transporte de líquidos inflamáveis e combustíveis, visando proteger a saúde dos trabalhadores e prevenir acidentes.
  3. Treinamento em NR-01: para garantir que os trabalhadores estejam aptos a utilizar corretamente os EPIs para prevenir acidentes e proteger sua saúde no ambiente de trabalho. A NR-1, que estabelece disposições gerais sobre Segurança e Saúde no Trabalho, define a importância dos EPIs como parte integral das medidas de proteção
  4. Treinamento em Monitoramento e Medição da Atmosfera: Antes da entrada no vaso de pressão, é crucial que os profissionais saibam como usar equipamentos para medir e monitorar a atmosfera interna, incluindo detectores de gases para oxigênio, gases inflamáveis e tóxicos. Este treinamento deve incluir a calibração e operação dos dispositivos de medição.

Esses treinamentos são essenciais para garantir que os profissionais estejam preparados para realizar inspeções em vasos de pressão GLP de forma segura e eficaz, minimizando riscos e garantindo a conformidade com a NR-13.

 

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PAPEL DO SUPERVISOR

Na NR-13, o papel do supervisor é crucial para assegurar a conformidade com as normas de segurança e a adequada operação dos vasos de pressão e caldeiras. O supervisor é responsável por coordenar todas as atividades relacionadas a esses equipamentos, incluindo sua operação, manutenção e inspeção. Ele deve garantir que todas as tarefas sejam realizadas de acordo com as normas e procedimentos estabelecidos para assegurar a segurança e eficiência.

O supervisor tem a responsabilidade de assegurar que todas as atividades estejam em conformidade com os requisitos da NR-13 e outras regulamentações aplicáveis, verificando se os procedimentos de operação e manutenção estão sendo seguidos corretamente. Também é encarregado de garantir que todos os operadores e membros da equipe recebam o treinamento necessário e estejam atualizados com as práticas e normas de segurança.

Além disso, o supervisor supervisiona as atividades de manutenção e inspeção, certificando-se de que sejam realizadas de acordo com os cronogramas estabelecidos e com a qualidade necessária. Ele deve identificar e avaliar os riscos associados à operação dos vasos de pressão, tomando medidas para mitigar esses riscos, o que inclui a implementação de medidas de segurança e procedimentos de emergência.

Em caso de incidentes ou acidentes relacionados aos vasos de pressão, o supervisor investiga as causas e toma ações corretivas para evitar recorrências. Ele também é responsável por garantir que toda a documentação e registros, como relatórios de inspeção e manutenção, sejam mantidos de forma adequada e atualizados.

O supervisor monitora as condições de trabalho e o cumprimento das práticas de segurança pela equipe, e atua como ponto de contato entre a equipe de operação e manutenção e outras áreas da empresa, facilitando a comunicação e coordenação das atividades. Ele implementa e monitora os procedimentos operacionais e de segurança, garantindo que sejam seguidos e ajustados conforme necessário para melhorar a segurança e a eficiência.

Portanto, o papel do supervisor é fundamental para garantir que a operação e manutenção dos vasos de pressão sejam realizadas de maneira segura e eficiente, atendendo às exigências da NR-13.

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PAPEL DO VIGIA

Durante a inspeção de acordo com a NR-13, o vigia desempenha um papel crucial na segurança do ambiente de trabalho. Sua principal função é garantir que as condições sejam seguras para a execução da inspeção e prevenir acidentes. O vigia deve monitorar continuamente o ambiente ao redor do vaso de pressão, assegurando que não haja riscos iminentes ou condições inseguras que possam comprometer a segurança dos trabalhadores e da operação.

Ele é responsável por controlar o acesso à área onde o vaso de pressão está localizado, permitindo a entrada apenas de pessoas autorizadas e informadas sobre os procedimentos de segurança. Além disso, o vigia deve manter uma comunicação constante com os profissionais que estão realizando a inspeção, garantindo que qualquer situação de emergência ou irregularidade seja rapidamente reportada e tratada.

Outra responsabilidade importante é verificar se todas as medidas de segurança estão sendo seguidas, como o uso adequado de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), sinalização de segurança e outros procedimentos estabelecidos para garantir a segurança durante a inspeção. O vigia deve também identificar e prevenir possíveis riscos ou situações perigosas, como vazamentos, condições adversas e a presença de substâncias inflamáveis ou tóxicas, especialmente em áreas onde há vasos de pressão com GLP.

Em caso de emergência, o vigia deve estar preparado para agir rapidamente, coordenar a evacuação da área e fornecer primeiros socorros, se necessário, até que as equipes de emergência cheguem. Dependendo das diretrizes da empresa, ele também pode precisar registrar as atividades realizadas durante a inspeção, documentando quaisquer observações relevantes ou incidentes.

Portanto, o papel do vigia é essencial para garantir que a inspeção dos vasos de pressão seja realizada de forma segura e conforme os requisitos da NR-13, protegendo tanto os trabalhadores quanto o ambiente.

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PAPEL DO EXECUTANTE

Na NR-13, o termo “executante” refere-se ao profissional encarregado de realizar atividades relacionadas à operação, manutenção e inspeção de caldeiras, vasos de pressão e tubulações. Este profissional desempenha um papel essencial para assegurar que os equipamentos estejam em conformidade com as normas de segurança e funcionem de maneira eficiente.

O executante deve operar caldeiras, vasos de pressão e tubulações conforme os procedimentos estabelecidos, garantindo que os equipamentos funcionem dentro dos parâmetros de segurança. Isso inclui monitorar as condições operacionais, como pressão, temperatura e vazão, ajustando conforme necessário para manter a operação segura. Além disso, é responsável por realizar manutenção preventiva e corretiva, seguindo cronogramas e procedimentos para assegurar a operação contínua e segura dos equipamentos. Inspeções regulares e detalhadas devem ser executadas para identificar e corrigir problemas antes que se tornem críticos.

Documentar todas as atividades realizadas é uma parte crucial do trabalho do executante, incluindo operações, manutenção, inspeções e qualquer anomalia detectada. Manter registros precisos e preparar relatórios sobre a condição dos equipamentos, problemas encontrados e as ações tomadas é essencial para análise e conformidade. O executante também deve seguir todas as normas e procedimentos de segurança estabelecidos pela NR-13, incluindo o uso adequado de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e aderir às práticas seguras durante a operação e manutenção.

Além disso, o executante deve participar de treinamentos periódicos sobre segurança e procedimentos operacionais para se manter atualizado com as melhores práticas e regulamentos. A comunicação constante com a equipe de supervisão e outros membros da equipe é necessária para coordenar atividades, relatar problemas e garantir a adesão aos procedimentos de segurança. Trabalhar em conjunto com engenheiros, técnicos e supervisores é fundamental para a execução eficiente e segura das tarefas.

O executante deve identificar potenciais riscos associados à operação e manutenção dos equipamentos e tomar medidas para mitigá-los. Em caso de incidentes ou situações perigosas, deve estar preparado para implementar procedimentos de emergência de acordo com os protocolos estabelecidos para garantir a segurança. Isso inclui realizar testes necessários, como testes de pressão e vazamentos, para garantir que os equipamentos estejam funcionando corretamente e em conformidade com os requisitos da NR-13. Avaliar a condição dos equipamentos e realizar ajustes ou reparos conforme necessários é essencial para assegurar sua integridade e segurança.

Em resumo, o executante na NR-13 é responsável por garantir que a operação, manutenção e inspeção de vasos de pressão, caldeiras e tubulações sejam realizadas de forma segura e eficiente, em conformidade com as normas regulatórias estabelecidas.

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OS PLANOS DE RESGATE

Auto-Resgate

No auto-resgate, o colaborador é responsável por realizar sua própria evacuação ao detectar qualquer tipo de risco. Ao perceber uma alteração potencialmente perigosa nas condições atmosféricas ou sinais de exposição crítica, ou se identificar um defeito em seu EPI, o colaborador deve interromper imediatamente suas atividades e realizar a saída de forma segura. O auto-resgate também se aplica se a comunicação com o vigia externo for interrompida. Após o incidente, é necessário registrar os detalhes do acidente, incluindo o ocorrido, data e hora.

Resgate Sem Entrada

Durante a execução de serviços em um espaço confinado, é fundamental que o vigia, o supervisor/socorrista e a enfermeira estejam prontos para intervir. Se o auto-resgate não for possível, o resgate sem entrada será a alternativa. Nesta modalidade, o vigia e o socorrista, posicionados do lado de fora do espaço confinado, realizarão o resgate utilizando um sistema de movimentação de pessoas, como um tripé de resgate conectado ao cinto paraquedista do colaborador. Após a retirada do colaborador para um local seguro, a enfermeira prestará os primeiros socorros e uma ambulância será acionada pelo número 192. É essencial registrar o acidente, incluindo o ocorrido, data e hora.

Resgate com Entrada

Se nem o auto-resgate nem o resgate sem entrada forem viáveis, será necessário realizar um resgate com entrada. Neste caso, um socorrista treinado e equipado com ar-mandado e EPIs apropriados (capacete, calça e bota) entrará no espaço confinado para auxiliar o colaborador em perigo. O socorrista verificará a falha na conexão entre o cinto paraquedista e o cabo do tripé. Se a falha não puder ser corrigida no local, o socorrista posicionará o colaborador na maca envelope, fará os ajustes necessários e fixará a maca no sistema de movimentação de pessoas. O vigia usará o sistema de movimentação para retirar o colaborador acidentado do espaço confinado. Após a retirada, a enfermeira prestará os primeiros socorros e uma ambulância será chamada pelo número 192. Novamente, é crucial registrar o acidente, detalhando o ocorrido, a data e a hora.

O LAUDO TÉCNICO REALIZADO APÓS INSPEÇÃO NR13

Após a realização de atividades relacionadas à NR-13, como inspeções, manutenção e operação de caldeiras, vasos de pressão e tubulações, é essencial elaborar um laudo detalhado para documentar os resultados e garantir a conformidade com as normas. O laudo é um documento técnico que deve registrar informações importantes sobre o estado dos equipamentos e as condições de segurança. Aqui estão os principais elementos que geralmente são incluídos em um laudo elaborado após as atividades relacionadas à NR-13:

1. Identificação do Equipamento e da Inspeção

  • Informações Gerais: Nome da empresa, localização, e identificação do responsável pela inspeção.
  • Equipamento: Identificação do equipamento inspecionado, como caldeira, vaso de pressão ou tubulação, incluindo número de série, modelo e localização.
  • Data e Hora: Data e hora da inspeção ou atividade realizada.

2. Descrição das Atividades Realizadas

  • Tipo de Atividade: Descrição detalhada das atividades realizadas, como inspeção, manutenção preventiva, corretiva ou testes.
  • Procedimentos: Métodos e procedimentos utilizados durante a inspeção ou manutenção, incluindo qualquer norma técnica ou procedimento específico seguido.

3. Condições do Equipamento

  • Estado Geral: Avaliação do estado geral do equipamento, incluindo a condição das partes e componentes.
  • Observações: Notas sobre quaisquer defeitos, desgastes, danos ou irregularidades encontradas durante a inspeção.
  • Testes Realizados: Resultados de testes realizados, como testes de pressão, vazamentos e outras verificações relevantes.

4. Conformidade com a NR-13

  • Cumprimento das Normas: Verificação do cumprimento das exigências da NR-13, incluindo a adequação das condições de operação e manutenção.
  • Correções Necessárias: Identificação de quaisquer não conformidades e recomendações para correção, se aplicável.

5. Medidas de Segurança e Proteção

  • Equipamentos de Proteção: Verificação do uso correto de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e procedimentos de segurança adotados durante a atividade.
  • Sinalização e Proteção: Avaliação das condições de sinalização e dispositivos de proteção ao redor do equipamento.

6. Recomendações e Ações Corretivas

  • Recomendações: Sugestões para melhorar a segurança, operação e manutenção dos equipamentos.
  • Ações Corretivas: Detalhamento das ações corretivas necessárias para resolver qualquer problema identificado e prazos para a sua implementação.

7. Documentação e Registros

  • Documentos Anexos: Inclusão de quaisquer documentos, relatórios ou registros adicionais relevantes, como certificados de teste, relatórios de manutenção e certificados de conformidade.
  • Assinaturas: Assinaturas do responsável pela inspeção e, se aplicável, do supervisor ou técnico envolvido.

8. Conclusão

  • Resumo: Resumo das principais conclusões da inspeção ou atividade realizada.
  • Estado Final: Declaração sobre o estado final do equipamento e sua adequação para operação segura.

O laudo deve ser elaborado com precisão e clareza para garantir que todas as informações relevantes sejam registradas e para que possa ser utilizado como referência para futuras inspeções, manutenções e auditorias. Ele também serve como um documento de compliance, demonstrando que a empresa segue as exigências da NR-13 e mantém padrões de segurança adequados.

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